. Nome
(artístico ou comum): Ju Najlah
. Quanto
tempo de dança: 11 anos
. Cidade
(em que mora): Nova Friburgo
. O quê a
motivou a dançar?
Sempre fui apaixonada por dança! Amo dançar e assistir apresentações de quase
todas as modalidades, desde a infância. Me lembro de, com cerca de 10 anos de
idade, ter assistido em um programa de televisão uma apresentação de Dança do
Ventre e fiquei encantada! Ali já tive muita vontade de aprender e ficava
tentando imitar. Quando eu estava com a idade de 15 começou a ser transmitida a
novela “O Clone”, o que proporcionou um “boom” para essa modalidade de dança,
tornando-a mais conhecida e apreciada pelo público leigo. E então, minha avó
buscando aulas para a minha irmã tomou conhecimento de aulas de Dança do Ventre
sendo oferecidas aqui em minha cidade. Foi quando, finalmente, pude me
enveredar por essa jornada!
. No que a dança te
ajudou (emocionalmente, fisicamente, psicologicamente)?
Eu
era uma pessoa extremamente tímida. Do tipo que falava com muito poucas pessoas
e que passava mal quando precisava apresentar algum trabalho de escola. Eu
entrava em pânico! Quando comecei a dançar logo descartei a possibilidade de
participar de apresentações, mas aos poucos minha professora foi me convencendo
a dançar, inicialmente em alguns encontros mais fechados que aconteciam entre o
grupo. Eu ficava extremamente nervosa, meu corpo inteiro tremia, a boca ficava
seca... Aos poucos, e bem lentamente, fui me habituando ao público. Descobrindo
a maravilhosa oportunidade de me expressar por meio de gestos! Diria que
superar essa timidez foi não só por me lançar em palcos, mas principalmente porque
a dança me apontou um cominho de autoconhecimento e superação. Ao assistir a
forma como danço me permito perceber padrões que podem apontar para a
necessidade de alguma mudança, subjetiva mesmo. Porque se a dança é expressão,
é o meu ser que se faz ver através dela.
Com isso posso dizer que também pude desenvolver maior confiança em mim mesma,
aumentar minha autoestima. E isso aconteceu porque o caminho do
autoconhecimento se fez possível. Fui aprendendo a perceber minhas qualidades,
a enxergar meus defeitos e a me amar, com tudo isso que me constitui.
Conhecendo minhas fraquezas posso criar formas de lidar com elas. Conhecendo
minhas forças, posso utilizá-las para meu crescimento. E com fraquezas e forças
posso criar potência!
Fisicamente os benefícios também foram inúmeros. Posso citar aqui que minhas
cólicas menstruais cessaram e que tive uma melhora considerável da minha
postura, alongamento e tônus muscular.
. Quais
oportunidades que você teve com a dança?
Diria que a principal e mais importante oportunidade é a de expressão. E essa é
uma oportunidade que vai amadurecendo a cada dia, pois não é tarefa fácil se
expor para um público. Mas se não é forma de expressão, também não é arte.
Poder colocar pensamentos, sentimentos e emoções em gestos é um exercício de
liberdade. Ter a consciência que através do meu corpo posso mover tudo isso. A
dança é integração do ser com o todo que nos cerca.
Além disso, digo
sempre que tenho muita sorte por pessoas boas e generosas se aproximarem de
mim, auxiliando o meu aprendizado e crescimento. Comecei dando aula no Espaço
Pytia, que era propriedade da minha professora e grande amiga Anne Nargis. Ela
me deu a oportunidade de iniciar esse caminho profissional. Depois disso fui
recebendo convites para dar aulas em outras cidades (Bom Jardim, Cordeiro e
Cantagalo, todas na região serrana do Rio de Janeiro). Depois de um tempo o
Pytia fechou e no ano passado recebi um convite para voltar a ministrar aulas
em Friburgo. Na Escola de Dança Edu Cigano tenho tido muito apoio com relação a
meu trabalho e ainda estou tendo a oportunidade de aprender Dança de Salão!
Posso dizer que não procurei essas escolas para dar aula. As oportunidades
vieram até mim e através de pessoas que me apoiam muito.
No
ano passado recebi ainda um convite, da maravilhosa Melinda James, para ser
estagiária do Al Qamar. Está sendo uma oportunidade incrível de aprendizado, de
trabalho de grupo, além de eu poder estar em contato com pessoas lindas, ótimas
profissionais e com uma energia muito gostosa!
Tenho ainda a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas que chegam na forma
de alunas! Cada aluna é uma pessoa especial, com quem tenho a oportunidade de
ter, a cada dia, novos aprendizados. Ministrar aulas nos permite aprender
muitas coisas!!!
. Qual contribuição
de sua professora para o que você é hoje?
Em minha trajetória passei por 3 professoras em aulas regulares. Com a
primeira, Tânia Fernandes, aprendi que a alegria de viver e de fazer o que se
gosta, com amor, é algo capaz de contagiar a todos que estão a nossa volta.
Aprendi também que a dança tem uma face terapêutica muito importante, que
possibilita, a partir do corpo, o desenvolver de uma consciência de si,
percebendo que há fantasmas que nos enclausuram e dos quais podemos nos
libertar. Aprendi também o quanto é importante respeitar o tempo de aprendizado
de cada pessoa, sem exigências técnicas absurdas. Perceber que há beleza na
dança de quem está dando os primeiros passos. A superação e a disponibilidade
para dançar já são, por si só belas. Esse olhar amoroso permite que aquelas que
estão começando desejem continuar a caminhada, se superando mais a cada dia.
Com Tânia também pude sentir em meu corpo os benefícios do alongamento e do
relaxamento, que ela realizava em todas as aulas. Carrego isso comigo.
Já com Monara Emerick tínhamos uma aula mais técnica, com uma exigência mais
elevada e criteriosa. Chegávamos a ensaiar todos os dias da semana para que a
coreografia ficasse perfeita! Ela é uma profissional que estuda bastante e
procurava levar técnicas e sequências novas para a aula. Aprendi sobre a
necessidade de estudarmos sempre. Aprendi que a técnica é importante e que fica
lindo um grupo bem sincronizado. Tive ainda alguns importantes aprendizados no
que diz respeito a relacionamentos humanos.
Com Anne Nargis pude aprender sobre força, coragem e determinação. Começou a
dar aula muito nova e sempre correu atrás de seus sonhos. Organizou diversos
festivais de dança aqui em Friburgo e este ano organizará o primeiro de Rio das
Ostras, onde está morando agora. Trouxe ainda diversos profissionais para
ministrar workshops. Anne também estudava bastante, o que reafirmou para mim
essa necessidade de estudo. Aprendi com ela que é necessário ter garra e correr
atrás dos próprios sonhos. Que com trabalho é possível realizá-los!
Sintetizando, aprendi que faz-se necessário um equilíbrio! Diversas são as
qualidades que poderão formar uma bailarina, uma professora, uma pessoa! Em
cada uma determinadas qualidades estão mais em evidência. Resta-nos observar a
nós mesmas para perceber de que estamos carecendo, a fim de cultivar isso que
nos proporcionará a cada dia uma “equilibração”.
. Quais suas
conquistas/superações e realizações?
A primeira superação foi da timidez. Depois foi necessário me decidir de fato
pela dança. A praticava por hobbie, porque dançar me fazia um bem imensurável.
Paralelamente cursei minha faculdade de Psicologia, pensando em clinicar. E
conforme fui estudando, conforme fui vivendo, fui mudando. Alguns
acontecimentos me tiraram de um eixo que me era habitual e tudo foi me levando
para um caminho da dança como profissão. Na Psicologia encontrei algumas
barreiras, me desencontrando da linha teórica que estava estudando e comecei a
receber convites para dar aula de dança, minha antiga paixão! Foi preciso criar
coragem, talvez por uma questão de instabilidade financeira, que é corriqueira
para quem trabalha como autônomo. Talvez também por ter feito um curso
universitário e estar, aparentemente, o deixando de lado. Mas a dança, a arte,
a expressão têm seu valor. E após 8 anos de dança, decidi viver dela. E isso me
faz feliz, me permite estar em contato com minha essência!
Agora estou tendo a
oportunidade de cursar uma pós-graduação em Terapia Através do Movimento, pela
Faculdade Angel Vianna. A ideia é poder trabalhar a face terapêutica da dança.
Explorá-la mesmo através da técnica e também pesquisar outras formas
terapêuticas que se dão pela conscientização corporal. Perceber que a dicotomia
corpo/mente é uma construção e que podemos ver o ser humano de forma diferente,
podemos ver o homem inteiro, trabalhar a mente pelo corpo e o corpo pela mente,
deixando o movimento acontecer.
. Quais são suas
atuais dificuldades na dança?
Hoje minha principal dificuldade está sendo conciliar as diversas atividades.
. Quais são suas
bailarinas favoritas (nacionais e /ou internacionais)?
Farida Fahmi,
Suheir Zaki, Dina (atualmente), Aziza Mor, Esmeralda
. Um sonho na
dança?
Poder
construir um trabalho sólido e de qualidade, contribuindo para que minhas
alunas sintam o mesmo bem-estar que a dança me faz sentir! Que eu possa mostrar
a elas essa possibilidade de integração com o universo através da dança e o
imenso amor e paz que isso nos proporciona! Quero poder explorar a face
terapêutica da dança, sem deixar a técnica de lado. Que a técnica seja mais uma
ferramenta. E que minhas alunas possam se sentir livres, grandes, lindas!!! Que
eu possa transmitir a necessidade de amor e respeito por cada ser que nos
rodeia, que possamos juntas cultivar qualidades da alma, pois são essas que de
fato vão embelezar nossa dança. Que seja feita arte!
. Agora vou te
falar algumas palavras e você as relaciona com a primeira palavra que vier à
sua cabeça.
- Dança: Integração
- Amizade: força
- Filhos: um sonho
- Diversão: dançar
- Cor: lilás
- Dinheiro:
consequência
-Passado:
aprendizado
- Presente: ação
- Futuro:
idealizações
Para mais
informações pode acessar: http://dancadoventrenovafriburgo.blogspot.com.br/p/ju-najlah.html
e http://dancadoventre-estudos.blogspot.com.br/
Ju, vc é divina,
ResponderExcluirmaravilhosa, da vontade de te assistir várias vezes. bjs de luzzzzzzz.....