15 de julho de 2011

Investimento em dança





“Money, money, money, money, mooooooooonnnnnnneeeeeeeeyyyyyy”, adooo-ro essa musiquinha tema do programa O Aprendiz do Trump, faz séculos que não assisto, mas não sai da cabeça.
E não é que esse danado desse “money” move o mundo? Aliás, como diria um ex-colega de trabalho, “o que move o mundo é o sexo e o dinheiro”, tudo está relacionado ao prazer (sexo) e ao poder (dinheiro), seria algo como Freud e sexo.
Mas sexo e prazer vai ficar para uma outra conversa, vamos falar do tal dinheirinho, aquele que a gente sua para ganhar e gasta na velocidade da luz.
Desde que eu me entendo por bailarina, os preços de tudo que envolve dança do ventre está pela hora da morte, é tudo sempre muito caro, desde a roupa até a aula, e a desculpa que já ouvi aplicarem, diversas vezes, é que é “exótico”.
Desculpas à parte, mesmo que você não invista tanto em roupas e aulas, ainda temos os eventos, os CDs, os DVDs, e quando menos se espera você respira dança, almoça dança, defeca dança, a coisa vai acontecendo tão sutilmente, são tantos convites, tantas possibilidades, quando viu já foi, não tem um puto no bolso e nenhum final de semana livre para, simplesmente, fazer nada.
Logicamente isto não é regra, mas já vi tanto isso acontecer que noto ser um padrão comum, as armadilhas são tantas e somos todas tão apaixonadas pela arte que se não estiver alerta a coisa descamba mesmo.
Não faltam no “meio artístico” incentivadores repletos de argumentos para que você “invista” seu dinheiro em dança, no curso “imperdível” da bailarina x, no figurino ma-ra-vi-lho-so do ateliê y que, logicamente, vai fazer toooooooda a diferença no seu show, que participe do festival da fulana cuja inscrição (e por vezes excursão) vão lhe comer uma bela graninha, e por aí vai... claro que você não quer estar de fora, então acaba, literalmente, pagando o preço.
Acho que o lance é mais ou menos esse, você acaba acreditando que “precisa” daquilo mais do que do dinheiro no banco, afinal ouvir as amigas dizendo como foi tudo-de-bom o workshop e não ter estado nele é de corroer as entranhas, eu entendo, já vivi muito essa sensação e também gastei horrores.
Não que eu esperasse um dia ter retorno do que gastei, a gente no fundo sabe que a chance é quase uma em um milhão, mas a gente acha que é uma grana bem gasta, afinal faz bem para o ego, é lazer, diversão, conhecimento. Mas o que a gente não diz em voz alta é que não precisava gastar tudo de uma vez, que podia ser em doses homeopáticas, afinal os workshops bacanas sempre acontecerão, as roupas sempre estarão lá, as oportunidades de dançar não acabarão no mês seguinte.
Na minha opinião, além de controlar o impulso de gastar, o desafio é cair na real do quanto você pode dispor para gastar com dança, cada bolso pode um tanto, se eu ganho muito e sobra muito, posso gastar muito, mas senão, a coisa fica feia.
Se você é profissional, ganha a vida dançando ou ensinando acho que até justificaria um investimento maior, desde que analisado criteriosamente o retorno do investimento para que seja um negócio que valha a pena, caso contrário, minha sugestão é que, ao comprar qualquer coisa relacionada a dança (vale de galabia a workshop), você pense, primeiramente, se realmente precisa daquilo.
A resposta geralmente será não mas, se ainda assim, você desejar aquilo e achar que merece esse luxo, então analise se vale o valor que cobram por ele é justo, e depois quantos dias do seu trabalho seriam necessários para comprar isso que deseja. Se depois de toda essa análise ainda achar que vale a pena, então compre, mas nunca pelas razões erradas e sem pensar, ao menos, três vezes.



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