2 de março de 2011

A SERPENTE E O VAGALUME

A SERPENTE E O VAGALUME
Merlânio Maia

Conta a lenda muito antiga
Que um vagalume brilhava
E a sua luz espalhava
Quando vê que de repente
Uma serpente o seguia
Se o vagalume pousava
O diabo da cobra estava
De tocaia renitente

E o pobre do vagalume
Subia e depois descia
E a serpente não desistia
Na sua ânsia voraz
Armava o bote e errava
A feroz perseguidora
E aquela luz voadora
Viu que lhe faltava a paz

É quando num bote errado
A serpe escorrega e cai
Logo o vagalume vai
E lhe fala sorridente
- Posso lhe fazer três perguntas?
E a cobra geme na areia
- Faço parte da cadeia
Alimentar da serpente?

- Não! Lhe diz a predadora
- Eu já te fiz algum mal?
- Também não! Diz o animal
- Então por que tal maldade?
E a cobra responde, então:
- Sou um bicho escuro e feio
Por isso invejo e odeio
Sua luminosidade!

O Vagalume voando
Brilhou mais, subiu ao céu
E a prima da cascavel
Na areia se contorceu
Veio a noite e as estrelas
Brilhavam quais vagalumes
E a cobra entre os estrumes
De ódio e inveja enlouqueceu!
Muita luz no caminho de todas!
E se a cobra aparecer... desvia dela!
... Ela acaba caindo num buraco cheio de estrume e sosinha envelhece doida.

Tashi Delek

Texto tirado do blog da  Suheil

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